O consumo de carne bovina é um dos hábitos alimentares mais difundidos do mundo, cerca de 2,5 bilhões de pessoas no mundo consomem regularmente carne bovina. No mundo existem, aproximadamente, 944 milhões de cabeças de gado, sendo um dos animais mais numerosos com a finalidade alimentar, atrás apenas da criação de frangos.
O gado doméstico acompanha o ser humano há 10.000 anos, desde a sua domesticação no crescente fértil (Turquia, Síria e Iraque), bois e vacas sempre foram importantes para a humanidade, pois alavancaram o início da agricultura com a sua força e capacidade de puxar pesados insumos agrícolas e executar tarefas impossíveis para a força humana.
O couro ajudou o ser humano a produzir uma infinidade de itens para proteção contra o frio e artigos do cotidiano, o leite foi uma formidável fonte de proteína para adultos e crianças e a carne um valioso recurso nutricional que possibilitou a formação das primeiras cidades e acompanha o homem até os dias atuais.
A carne e o couro bovino estão presentes em nosso dia na forma de sapatos, cintos, bolsas, casacos, revestimentos de móveis. A carne está no prato de 31% da população mundial, sendo um dos alimentos mais importantes na dieta moderna. O consumo anual de carne bovina é de cerca de:
- 6,5 kg no mundo;
- 24,2 kg no brasil;
- 50 kg no Rio Grande do Sul.
Somos um estado e país que aprecia muito o consumo da carne, de todas as formas, mas a mais lembrada é no churrasco de fim de semana ou de momentos comemorativos. Atualmente o Brasil possui o maior rebanho do mundo, com cerca de 234 milhões de cabeças de gado, é mais boi do que população no Brasil.
E o modelo de criação levanta uma série de discussões sobre o seu impacto ambiental no planeta. Atualmente, 12% das emissões globais de gases de efeito provem da criação de gado bovino, mais de 90% do desmatamento na região amazônica possui a finalidade de conversão da floresta em pastagens.
Podemos citar outros possíveis impactos ambientais como a perda de biodiversidade pela conversão de florestas em pastagens, a degradação do solo com o pisoteio do gado no solo descoberto, a grande demanda de monoculturas para a produção de ração. E com esse contexto vem a pergunta: diminuir o consumo de carne realmente beneficia o meio ambiente?
Sim, a resposta é categórica. Se deixarmos de comer carne em apenas 1 dia na semana, iremos emitir 11 kg a menos de CO2 para a atmosfera, 60 litros de água serão economizados na produção de carne, 24 m² de terra deixam de ser necessários para a criação de gado e produção de ração e 8 kg de grãos podem ser direcionados para outras finalidades.
Um dia sem consumir carne traz esses resultados enormes ao evitar uma demanda extra de recursos naturais, imagine esses números multiplicados por milhões ou bilhões de pessoas?
A redução do consumo de carne pode ser uma alternativa para minimizar os impactos ambientais, mas ainda podemos apreciar o churrasco sem peso na consciência com a adoção de práticas mais sustentáveis como a pecuária regenerativa, integração de lavoura-pecuária, recuperação de pastagens degradadas e técnicas avançadas de pecuária.
Referências:
Por que o mundo vai continuar consumindo carnes
1 a cada 5 brasileiros não come carne bovina, de frango e de porco, diz pesquisa inédita
embrapa.br/documents/1355108/51748908/Boletim+CiCarne+48_02-2021.pdf/53bb8c5d-abb1-76b8-34fc-b81e3ef787f6
Dia Mundial Sem Carne: 4 fatos que mostram como o consumo de carne impacta o meio ambiente | National Geographic
Como meio ambiente, saúde e classe social influenciam o consumo de carne no Brasil? – Jornal da USP