O Brasil é conhecido por ser um país rico em água, com estações e climas hidrológicos bem definidos, uma potência agrícola que alimenta milhões de pessoas no mundo, uma matriz energética renovável e baseada em hidrelétricas e grandes rios que cortam o país de Norte a Sul e de Leste a Oeste.
Mas esse cenário pode estar ameaçado, conforme demonstra um estudo intitulado Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil e que foi desenvolvido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento. A análise demonstra que a disponibilidade de água pode diminuir em até 40% em 2040 em regiões como Centro-Oeste, Norte, Nordeste e parte do Sudeste. Já o Sul é apontado com provável ganho de até 5% no volume de água.
Um cenário desses pode ser catastrófico do ponto de vista social e ambiental. Muitos produtos e serviços são baseados na disponibilidade hídrica que possuem nossos rios, a agricultura e pecuária seriam gravemente afetados, a geração de energia comprometida e o acesso à água restrito e o recurso natural mais caro.
O relatório detalhe como cada região do Brasil deve lidar com as mudanças climáticas, dias quentes e redução no volume de água e chuvas
NORDESTE – Com a redução da disponibilidade de água, aumenta a probabilidade do número de rios intermitentes, principalmente na região nordeste, o que coloca em risco a agricultura e abastecimento de água para várias regiões.
NORTE – A região possui forte tendência de redução do volume de água e de volumes médios de chuva, as secas devem ser mais frequentes e extensas. Haverá um grande impacto na geração de energia e abastecimento de comunidades isoladas. Destaca-se o potencial impacto ambiental na região amazônica
CENTRO-OESTE – É uma região extensa e com prognósticos divergentes, mas é local de nascentes de grandes rios como Tocantins, Araguaia, Paraguai e afluentes do Rio Paraná. Pode haver grande impacto na agricultura, possível cenário de escassez hídrica.
SUDESTE – Haverá redução na disponibilidade hídrica pela redução no volume de chuva, será necessário ações para adaptação à mudança do clima, pois apresenta grandes centros urbanos com grande demanda de água, como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
SUL – A única região que apresenta possibilidade de aumento de volume hídrico, em até 5%, mas há uma tendência de extremos climáticos com cheias e secas. Serão necessárias ações para lidar com o excesso e escassez de água.
A disponibilidade hídrica precisa ser olhada com extrema urgência pelos governantes do país, pois uma redução tão drástica em pouco tempo coloca em risco a geração de energia, produção de alimentos, abastecimento à população e serviços básicos de grande parte da população brasileira.
Referências consultadas: