Em um primeiro momento parece complicado alinhar conceitos como finanças e sustentabilidade. Mas essa é a mágica do tempo e das mudanças, os conceitos vão se transformando e mesclando, de acordo com a sua época e contexto global e social.
Se o século XX foi considerado a era da industrialização e a busca pelo lucro e progresso, o fim dos anos 1900 e primeiros anos do século XXI nos apresentam uma mudança de paradigmas, novos conceitos e olhares para questões anteriormente consolidadas. E foi nesse movimento que os termos como sustentabilidade e ESG ganharam força no mundo corporativo e hoje são conhecidas e incorporadas em nosso cotidiano, não apenas em empresas e governos.
O conceito de finanças sustentáveis é relativamente recente e une esses dois polos que inicialmente podem soar como antagônicos: as finanças que buscam retorno financeiro e o lucro e a sustentabilidade que incorpora fatores sociais e ambientais na tomada de decisões. A junção de ambos é o que chamamos de finanças sustentáveis, é a busca para alinhar crescimento econômico com responsabilidade social e ambiental.
É um movimento global que responde aos anseios mais atuais que temos, remodelar o sistema econômico para enfrentar os desafios globais que temos no século XXI. A busca pelo lucro é genuína e necessária para qualquer negócio, mas ela deve estar atrelada a um impacto social e ambiental de forma positiva, não apenas como uma fonte de consumo de recursos naturais e poluição.
O crescente impacto das mudanças climáticas talvez seja um dos exemplos mais fáceis e impactantes para ilustrarmos como podemos trabalhar as finanças sustentáveis. De inundações e secas severas, o impacto ambiental afeta diretamente a produção de alimentos, a disponibilidade de água e o deslocamento populacional, gerando riscos econômicos enormes. Nesse contexto é fundamental que o setor financeiro capitalize projetos de transição energética, resiliência e adaptação às mudanças climáticas.
Os riscos climáticos são cada vez mais observados por bancos, fundos de investimentos e seguradoras. Se por um lado são uma ameaça constante e que precisam ser precificados nos seus investimentos, empresas que investem em políticas de impacto social e ambiental são mais lucrativas, possuem acesso mais facilitado a crédito, possuem melhor imagem pública e atravessam melhor momentos de crise. Investir em sustentabilidade não é um custo para o negócio, mas uma forma de impactar positivamente e garantir a perenidade dele.
Em um contexto global, as finanças sustentáveis estão se consolidando como elementos fundamentais para a transição para uma economia verde. O crescimento econômico e lucro estão aliados diretamente com impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.
As finanças sustentáveis demonstram que é possível combinar retorno financeiro com questões sociais e ambientais em qualquer negócio, fomentando uma economia justa, resiliente e lucrativa para todas as partes envolvidas.
Fontes consultadas:
Finanças Sustentáveis: Um Caminho para o Futuro Econômico e Social. — Portal do Investidor
Finanças sustentáveis tem grande potencial de sinergia com a filantropia – GIFE
Brasil é destaque em avaliação das finanças sustentáveis | Monitor Mercantil