Atualmente o planeta Terra precisa lidar com uma população de 8 bilhões de habitantes e a demanda por recursos naturais na produção de alimentos, geração de energia, moradia e manutenção das cidades. Isso tudo pode estar colocando em risco a nossa própria espécie.
No ano de 2024, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, os principais riscos relacionados à economia, nos próximos 10 anos, envolvem as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e escassez de recursos naturais. Embora estejam intimamente relacionados, todos esses riscos podem ser desdobrados em riscos menores, causas particulares e mitigações específicas.
Mudanças climáticas e perda de biodiversidade são dois temas tratados em convenções globais com países signatários à ONU. O combate às mudanças climáticas é tratado anualmente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.
Já a perda de biodiversidade é debatida bienalmente na COP de Biodiversidade, principal fórum global onde os países se reúnem para discutir e negociar ações para a conservação da biodiversidade.
Cada uma das Conferências das Partes estabelece um diálogo, cooperação, metas globais e nacionais para limitar o aquecimento global e reverter a perda de ecossistemas e de fauna, além do estabelecimento de um fundo global para combate a cada um desses riscos globais.
O combate às mudanças climáticas requer investimentos vultuosos e cooperação global entre todos os países. De acordo com a ONU, é necessário um investimento mínimo de 1 trilhão de dólares por ano até 2030 para a transição energética e resiliência de cidades, além disso os países desenvolvidos comprometeram-se a destinar 100 bilhões de dólares por ano para apoiar nações menos desenvolvidas em planos de adaptação e mitigação.
A perda de biodiversidade se beneficiará muito no combate às alterações do clima, mesmo assim exige um investimento de 200 bilhões de dólares até 2030 para a restauração de ecossistemas degradados, redução da poluição e eliminação gradual de subsídios agrícolas e outros prejudiciais à natureza.
Considerando a restauração dos ecossistemas, combate à perda de biodiversidade e limitação do aquecimento global são necessários 1,2 trilhões de dólares por ano até 2030, e esse é maior desafio, estabelecer quem serão os financiadores desse fundo, a contribuição de cada país e como será a governança e uso desse recurso global.
A COP 16 de Biodiversidade terminou em novembro, sem acordo de como será o financiamento global, a COP 29 do Clima ocorrerá também nesse mês de novembro de 2024 será uma nova oportunidade para líderes de vários países demonstrarem comprometimento global para alavancarmos a mitigação e limitação dos efeitos das mudanças climáticas.
Referências consultadas:
About COP 29 | UNFCCC
Financiamento climático será discutido na COP29 | CNN Brasil
COP16 termina sem acordo sobre financiamento para biodiversidade
COP da Biodiversidade termina sem acordo sobre financiamento de ações — Rádio Senado
These are the biggest global risks we face in 2024 and beyond | World Economic Forum