O Brasil vem passando por dias cinzentos no fim de inverno e início de primavera desse ano. São semanas consecutivas de queimadas que jogam na atmosfera toneladas de fumaça e material particulado, que se espalham por todo o Brasil e atingem países vizinhos da América Latina.
Os dias quentes, vegetação seca e longos períodos sem chuva são a chave para que imensas áreas da Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado virem chamas em muitos locais do país. De acordo com os dados da empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora as condições da qualidade do ar no mundo, oito estados e Distrito Federal estão com a qualidade do ar insalubre, muito acima dos índices considerados aceitáveis para a saúde humana.
Cientistas e médicos sabem há décadas sobre o efeito prejudicial da fumaça na saúde humana, mas recentemente um novo cenário fez surgir um questionamento: como a exposição prolongada à fumaça vai afetar a saúde humana?
A fumaça de incêndios florestais piora quadros de doenças pulmonares, aumenta o risco de ataque do coração e AVC, reduz a capacidade concentração e reposta imunológica do corpo humano, além de quadros inflamatórios em vários órgãos do corpo humano.
O contato com a fumaça por longos períodos pode acarretar os seguintes problemas de saúde, agudos e crônicos:
Problemas respiratórios: A fumaça contém partículas finas e gases tóxicos como monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NO2), que podem irritar e inflamar as vias aéreas, agravando condições como asma e bronquite.
Doenças cardiovasculares: A exposição prolongada à fumaça pode aumentar o risco de ataques cardíacos e derrames, pois as partículas finas podem entrar na corrente sanguínea e causar inflamação nos vasos sanguíneos.
Impacto no sistema imunológico: A fumaça pode reduzir a capacidade do corpo de combater infecções, tornando as pessoas mais suscetíveis a doenças oportunistas e patógenos.
Efeitos a longo prazo: A exposição contínua e duradoura a fumaça de incêndios florestais pode causar danos permanentes aos pulmões, rins e fígado, além de aumentar o risco de alguns tipos de câncer.
Não existem níveis seguros de exposição à fumaça e ao material particulado lançado na atmosfera pelas queimadas, cada organismo responde de uma maneira e desencadeia uma resposta diferente.
Ainda é muito cedo para estimarmos um custo econômico das queimadas, mas as cifras somam perdas econômicas diretas, biodiversidade, tempo de recuperação de biomas e impacto na saúde humana e nos serviços de saúde. Prevenir as queimadas não é apenas uma pauta ambiental, mas também de saúde.
Referências:
Como a fumaça das queimadas afeta o corpo humano? Os danos podem ser permanentemente, explicam os cientistas | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com)
Fumaça de queimadas faz mal à saúde – Greenpeace Brasil
A fumaça das queimadas e os impactos na saúde :: Notícias de MT | Olhar Direto
De doenças respiratórias a câncer: os perigos da fumaça de queimadas – 23/09/2020 – UOL VivaBem
