Espécies invasoras no Brasil: qual o perigo frente às espécies nativas?
27 / 10 / 2022 CuriosidadesAo circular pelas ruas das cidades, estradas do interior ou rodovias do Brasil, animais como pombos-domésticos, pardais ou mesmo vegetações como pinheiros são figuras comuns em nossas paisagens, e se adaptaram tão bem ao nosso clima tropical que é difícil para muitas pessoas entenderem que essas são espécies exóticas, ou seja, que estão fora de sua área de distribuição natural.
Quando uma delas aumenta descontroladamente, ameaça os biomas e ecossistemas naturais, passa a ser considerada uma espécie exótica invasora. O número exato de espécies exóticas e invasoras no território brasileiro é difícil de dizer, mas dados do Ministério do Meio Ambiente mapeiam 543 espécies exóticas (fora de sua região de ocorrência natural), das quais 365 são consideradas potencialmente invasoras em nosso território, causando problemas ambientais graves.
Essa dispersão e transporte de espécies de outros locais do mundo remonta a períodos imemoriais, quando o homem colonizava novos pedaços de terra e levava consigo as espécies do seu convívio diário.
Estima-se que no Brasil, 45 espécies invasoras estejam em ambientes marinhos (42 animais e 3 plantas), 101 em águas do continente (100 animais e 1 planta) e 219 em terra (55 animais e 164 plantas). Todas essas espécies introduzidas em ambientes novos causam danos, pois não possuem predadores naturais ou então competem com vantagem sobre animais nativos. Por esses motivos, espécies exóticas invasoras já são a segunda maior causa de perda de biodiversidade e extinção de espécies, atrás apenas de perda de habitat, mas à frente de mudanças climáticas, poluição e sobre-exploração de ambientes naturais.
E no Brasil, quais as principais espécies invasoras?
- Javali: os javalis causam enormes prejuízos nas culturas agrícolas e nas áreas naturais de florestas e campos, pois competem com espécies nativas de porcos selvagens, que são menores e mais sensíveis às perturbações do meio ambiente. Entraram no Brasil através da fronteira do Uruguai após fugirem de criações comerciais nos anos 1990. Depois de adultos não possuem predadores naturais, portanto, sua caça é liberada em território nacional para controle populacional.
- Pinheiro americano: o pinheiro americano foi trazido para o país por conta de interesses econômicos, pelo seu fornecimento de madeira leve, por seu rápido crescimento e sua pouca necessidade de manejo. Possui alta taxa de fertilidade das suas sementes, o que torna uma invasora agressiva; suas sementes são dispersadas pelo vento e cada semente pode percorrer mais de 60 quilômetros. Apesar do seu interesse comercial, a cultura apresenta descontrole na sua ocorrência, crescendo mais rápido que árvores nativas e impedindo que demais espécies se desenvolvam.
- Mexilhão dourado: espécie de ocorrência natural na Ásia a qual é um problema mundial, pois está associada ao transporte marítimo, povoa águas doces continentais e se dispersa pelo casco de navios e barcos. Traz enormes prejuízos pois forma crostas espessas que são de remoção difícil e trabalhosa. Mais de 50 hidrelétricas brasileiras já identificaram a presença do mexilhão dourado, causando prejuízos na casa dos R$ 40.000 para cada máquina parada para a limpeza e retirada do molusco.
O Governo brasileiro, através do Ministério do Meio Ambiente, atua na formulação e definição de políticas e estratégias destinadas à prevenção da introdução e ao controle das espécies exóticas invasoras que ameaçam os ecossistemas, habitats ou espécies nativas. Mas o maior entrave ainda é a conscientização da população, pois cortar árvores como o pinheiro americano ou caçar javalis pode ser visto como uma agressão ambiental, entretanto, o prejuízo que essas espécies causam é muito maior.
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/fauna-e-flora/especies-exoticas-invasoras
QUAL SOLUÇÃO AMBIENTAL
SUA EMPRESA ESTÁ PROCURANDO?
Outros conteúdos
